segunda-feira, janeiro 31, 2005

Sr.º Eng.º MEGA, tamanho monstro de 2 metros de alto, corpulento, temível e destemido, 1º sargento do batalhão de infantaria nº32 de LESI

Era terça feira e lá estávamos nós, caloiros de LESI, em bloco depois de mais uma aulinha boa e gostosa de analise matemática I. Depois de cantar “a pila” umas 3 ou 4 vezes e depois de encher umas 300 flexões por não estarmos a “olhar pó chão caralho!!”, ouve-se uma voz extremamente grave que quase me provocou uma ruptura dos ligamentos do tímpano. Era o engenheiro Mega a colectar os caloiros “que já tivessem tido natação”, imediatamente ajuntei-me ao grupo que se estava a formar á volta do Senhor Eng. Quando já estava um grupo composto o Srº Eng. Começa a dizer para irmos a casa (os que só iam ter aulas ás 14, eram 11 horas da manha) e para irmos buscar calções de banho e uma toalha…

Lá fomos nós, caloiros ingénuos, todos felizes para casa buscar um par de calções e uma toalhinha que no meu caso teve que ser qualquer uma menos a cor-de-rosa que a minha mãe se lembrou de me deixar…

Pelo caminho os caloiros encontraram-se e começamos a conspirar no que eventualmente iria dar toda aquela nossa satisfação… Uns já ponderavam a hipótese de andar a chafurdar na lama, enquanto que outros, mais arrojados, já se sentiam comodistas na ideia de ir para uma fossa cheia de merda…

Assim que chegamos ao local marcado, prometeu, já lá se encontravam alguns caloiros que pelo que reparei estavam mais apavorados que nós. Assim que chegaram todos fomos, em fila, atrás do Srº Eng. Mega que ia a trocar umas ideias com o Jota…

Pelo caminho íamos a pensar no que nos tínhamos metido e que aquilo ia dar espiga da grossa. Começamos a aproximar-nos das piscinas municipais da rodovia e eu começava a pensar no caloiro de molho, que tinha sido no dia anterior… Realmente aquilo tem umas quantas piscinas por lá – pensava eu… mas ao mesmo tempo alguns caloiros também me lembravam que tinham visto por lá uma ou duas poças de lama nada agradáveis... É precisamente aqui que o Srº Eng. Mega se lembrou de lembrar a todos os caloiros de que tinha avisado ara trazer uma outra muda de roupa… a verdade é que não tinha dito nada… pelo menos que eu e os meus 8 colegas se lembrassem…

Assim que chegamos ao recinto das piscinas da rodovia já todos nós, caloiros, tremiam de receio das ideias do Srº Eng. Mega…

O local parecia tranquilo e até encontrarmos umas senhora que disse: “ó senhor, não faça isso aos rapazes!!” aquilo parecia não ter alma viva…

A verdade é que nesse dia, quando o Senhor Engenheiro Mega nos deixou destapar os ouvidos e abrir os olhos… estávamos dentro de um balneário e dentro de pouco tempo íamos tentar afogar-nos numa piscina “meia olímpica”… A alegria e o contentamento tomou conta de todos nós, caloiros desprotegidos e nas mãos de um Eng. de LESI…

Lá começamos a equipar-nos e quando eu olho para o lado o que vejo? O Jota tinha trazido uma saca do pão com o seu respectivo equipamento lá dentro, como a fome apertava (já deviam de ser umas 12 horas) alguns caloiros ainda ficaram a olhar para ele na esperança deste nos oferecer uns paenzinhos, quem sabe com manteiga flora… mas de nada serviram estes olhares…

Lá fomos todos para dentro da piscina e passado algum tempo ouvimos a mesma voz de á pouco e quem vemos? Era o Sr.º Eng.º MEGA, tamanho monstro de 2 metros de alto, corpulento, temível e destemido, 1º sargento do batalhão de infantaria nº32 de LESI a mandar-nos sair da água e a dizer que o nosso “tempo tinha acabado” e que agora era só para os profissionais… Lá se juntou um grupo de matulões do pólo e claro, o Sr.º Eng.º Mega também lá estava no meio… o instrutor (ou lá como se chama o gajo que dá as aulas de pólo aquático) deu umas indicações e depois de terem as equipas formadas meteram-se todos dentro da água. O Sr.º Eng.º Mega estava a jogar contra 19… assim que este se enfia dentro de água dá meia dúzia de braçadas, a defesa da equipa adversária não é suficientemente competente e o Sr.º Eng.º Mega agarra na bola. Abate-se um silencio temível sobre as águas agitadas da piscina coberta da rodovia… O Srº Eng. de costas para a baliza, agarra a bola com ainda mais força e num volutear á retaguarda encarpado provoca um turbilhão nas suas redondezas, segundos depois a bola estava dentro da baliza sem ninguém se ter apercebido muito bem de como aquilo tinha acontecido. Mais tarde fui perguntar ao guarda-redes de como se sentia ao testemunhar tamanha velocidade proporcionada a um objecto de borracha com aspecto esférico, ao que ele me respondeu: “nem a vi!”.

O resto do jogo foi um bailinho da madeira perpetrado pelo Temível Srº Eng. Mega aos seus 19 monstruosos adversários…

No final o Srº Eng. tinha ganho a partida por uns míseros 17 – 0…

Há sim… no fim nós, caloiros, enchemos…